Les femmes journalistes victimes de discrimination et de harcèlement en Guinée-Bissau

Les femmes professionnelles des médias en Guinée-Bissau sont confrontées à de multiples défis dans le cadre de leur travail, comme le révèlent les résultats d’une étude menée par la Fondation des médias pour l’Afrique de l’Ouest (MFWA), qui vise à comprendre et à décrire la situation de la sécurité des femmes journalistes en Guinée-Bissau.

L’étude révèle que ces défis sont d’ordre culturel, social et économique, soulignant les problèmes liés au harcèlement sexuel, au manque d’opportunités de progression professionnelle et au dédain de la part des hommes responsables des médias.

L’une des révélations les plus frappantes concerne les tactiques de harcèlement sexuel, un comportement considéré comme criminel dans le contexte juridique guinéen. D’après les révélations des participantes à cette étude, c’est avec une extrême retenue et une douleur silencieuse que les femmes parviennent à résister au harcèlement.

Malheureusement, ces actes sont relégués à des activités secondaires ou simplement ignorés, ce qui entraîne une fatigue psychologique et, par conséquent, une insécurité personnelle et un manque d’estime de soi.

Un autre problème diagnostiqué est lié à la domination masculine dans la direction des médias. Un des exemples pragmatiques est celui des organisations médiatiques publiques en Guinée-Bissau. Il y en a quatre (4) au total dont tous les dirigeants sont des hommes, ce qui révèle une nette domination masculine. Dans le secteur des médias privés, la même chose se produit. Par exemple, sur onze (12) stations de radio privées, seules trois (3) sont dirigées par des femmes.

Ces données nous expliquent pourquoi les femmes sont confrontées à des défis complexes dans leur vie professionnelle quotidienne, car les patrons masculins ne peuvent pas vraiment apprécier les préoccupations particulières des femmes.

Parmi les nombreuses recommandations énumérées dans un rapport sur la « Sécurité des femmes journalistes en Guinée-Bissau », nous proposons une campagne d’éducation civique dans les salles de rédaction et la promotion de débats thématiques pour discuter et clarifier ces problèmes afin d’établir l’équité et l’égalité des sexes dans le secteur des médias.

Il est également recommandé que les femmes reçoivent une formation sur les questions liées à leur sécurité dans le domaine du reportage. En effet, il est considéré comme salutaire de former les femmes sur la manière de faire face aux multiples risques auxquels elles peuvent être confrontées dans et hors des salles de rédaction. Une formation sur la manière de signaler les cas d’abus à l’encontre des femmes journalistes, notamment le harcèlement sexuel, est également recommandée.

Les attaques verbales et les insultes sur les médias sociaux pourraient également être traitées rapidement si des lois dans ce domaine sont rédigées et promulguées afin de promouvoir un espace en ligne sûr.

Cliquez ici pour lire le rapport complet sur la « Sécurité des femmes journalistes en Guinée-Bissau ».

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Mulheres jornalistas sofrem discriminação, assédio na Guiné Bissau

As mulheres profissionais de comunicação social da Guiné-Bissau encarram múltiplos desafios nos seus contextos laborais, como revela o resultado de um estudo realizado pela Fundação dos Media para a África Ocidental (MFWA), cujo objetivo consiste em compreender e descreve a situação da segurança das mulheres jornalistas da Guiné-Bissau.

O estudo revela que estes desafios são de ordens culturais, sociais e económicas, em que ressalta os problemas relacionados assédio sexual, ausência de oportunidades para ascensão profissional e menosprezo por parte das lideranças masculinos dos órgãos de comunicação social.

Uma das revelações mais candente prende-se com as táticas de assédios sexuais, um comportamento considerado criminoso no contexto jurídico guineense. Segunda as revelações das participantes no presente estudo, é com extrema contenção e dor silenciosa que as mulheres conseguem resistir ao incomodo.

Tais tentativas, em reação, são relegadas para as atividades secundárias ou simplesmente ignoradas, o facto que provoca fadiga psicológica e consequentemente insegurança pessoal e ausência de autoestima.

Um outro problema diagnosticado tem a ver com o domínio masculino na liderança dos meios de comunicação social. Um dos exemplos pragmáticos está nos órgãos de comunicação social públicos da Guiné-Bissau. Há um total de quatro (4) em que todos os gestores são homens, o que revela uma clara dominação masculina. No sector privado dos meios de comunicação social, acontece a mesma coisa. Por exemplo, de onze (12) estações de rádio privadas, as rádios apenas três (3) são dirigidas por mulheres.

Estes dados dizem-nos porque é que as mulheres enfrentam desafios complexos na sua vida profissional diária, uma vez que os chefes masculinos não podem verdadeiramente apreciar as preocupações peculiares das mulheres.

Entre muitas recomendações listadas num relatório sobre a “Segurança das mulheres jornalistas na Guiné-Bissau”, propomos uma campanha de educação cívica nas redações e a promoção de debates temáticos para discutir e clarificar estes problemas, a fim de estabelecer a equidade e a igualdade de género no sector dos meios de comunicação social.

Recomenda-se também que as mulheres recebam formação em questões relacionadas com a sua segurança no domínio da reportagem. De facto, é considerado salutar formar mulheres sobre como lidar com os múltiplos riscos que podem enfrentar dentro e fora das salas de imprensa. Também se recomenda formação sobre como denunciar casos de abuso contra mulheres jornalistas, especialmente assédio sexual.

Ataques verbais e insultos às redes sociais também poderiam ser tratados rapidamente se forem elaboradas e promulgadas leis nesta área para promover um espaço em linha seguro.

Clique aqui para ler o relatório completo sobre a “Segurança das mulheres jornalistas na Guiné-Bissau”.

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